domingo, 30 de maio de 2021

Os Servitas de Maria e a escravidão a Nossa Senhora: Contra-Revolução

Sete Santos Fundadores da Ordem dos Servitas
Sete Santos Fundadores da Ordem dos Servitas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Os Servitas de Maria foram sete Santos Fundadores, confessores, membros da aristocracia florentina que deram à sua Ordem a missão de propagar o culto das Dores da Bem-Aventurada Virgem Maria no século XIII.

É uma das mais antigas ordens fundadas para propagar a devoção a Nossa Senhora.

O muito bonito título de Servitas de Maria quer dizer escravos de Maria.

Como é evidente, prenuncia a devoção de São Luís Maria Grignion de Montfort, que é a devoção da escravidão no sentido próprio da palavra: um despojamento completo de todos os bens, passados, presentes e futuros inclusive os espirituais, os méritos de nossas boas obras que são postos nas mãos de Nossa Senhora.

Esse título é muito bom para marcar a diferença entre a boa piedade católica e a Revolução.

Há teólogos contemporâneos que consideram a expressão que São Luís Grignion de Montfort usa em seu Tratado uma coisa indigna do homem do século XX.

Era uma coisa que podia ser utilizada no passado, mas em nossa época, em que não há mais servos, ninguém é servo de Nossa Senhora.



Então, a dignidade humana não comporta a escravidão nem em relação a Nossa Senhora.

Esta afirmação é igualitária e por isso de caráter revolucionário.

Em relação a Nossa Senhora, Rainha absoluta do Céu e da Terra, todo mundo é servo e é uma honra ser servo dEla.

Os Sete Santos Fundadores ecebem o hábito de mãos de Nossa Senhora, anónimo ca. 1700
Os Sete Santos Fundadores recebem o hábito de mãos de Nossa Senhora, anônimo ca. 1700
Em relação a Ela o desejo de nossa vida é sermos verdadeiros escravos dEla. Assim somos verdadeiramente filhos, porque nós a amamos como filhos e queremos servi-La como escravos e como servos verdadeiros.

Esses sete santos fundadores dessa Ordem religiosa lhe deram o título de Ordem dos Servitas, quer dizer, a Ordem dos escravos.

A Igreja canonizou estes sete santos, instituiu, aprovou, promulgou as regras dessa Ordem, com o nome de servos.

Portanto, o magistério da Igreja, por várias formas, indica que em relação à Nossa Senhora devemos ser servos.

O espírito demoníaco da Revolução não quer nenhuma espécie de superioridade, não se aguenta em sacudir a hierarquia na terra – eclesiástica ou temporal – até sacudir as desigualdades sobrenaturais.

Não quer que haja a desigualdade imensa que Nosso Senhor pôs entre a Mãe dEle, ― como rainha de todos os anjos, de todos os santos, de todo o universo ―, e todas as outras criaturas.

Quando Nossa Senhora pede sozinha uma coisa, Ela obtém. Se todos os anjos e santos do céu pedissem algo sozinhos, sem o concurso dEla, não obteriam. De tal maneira o reinado dEla é completo e absoluto.

Não há maior disparate do querer pôr isto em dúvida. Pois bem, este é o espírito do igualitarismo e esta é a raiz do ateísmo.

São Amadeo dos Amidei (d. 1266), um dos sete fundadores
São Amadeo dos Amidei (d. 1266), um dos sete fundadores
A Revolução tem ódio de que exista um Senhor no Céu, que domine sobre nós, porque não quer em lugar algum, nenhuma espécie de senhor.

Karl Marx chamava isto de alienação no sentido da palavra alienum. Alienação é o ato pelo qual o homem cede o domínio sobre si mesmo a um outro homem.

Então, é alienação que um patrão mande no empregado; é alienação que um pai mande no filho; é alienação que o esposo mande na esposa; é alienação que o nobre mande no plebeu; é alienação que o professor mande no aluno. Toda forma de autoridade é uma alienação.

E ele dizia que a pior alienação é do homem para com Deus. Que Deus não existia, é um mito para alienar o homem.

O que deve haver é cada homem possuir-se a si próprio, ser inteiramente independente e não obedecer a ninguém. Este é o ideal do marxismo, é o ideal da Revolução.

O que devemos pedir aos santos servitas?

Se esses santos servitas do século XIII ressuscitassem hoje e presenciassem essas abominações, e as vissem proferidas por lábios católicos o que eles diriam?

Que indignação teriam? Que censuras fariam, que réplicas?

Devemos pedir a eles que intervenham na terra e ajudem a acender a verdadeira devoção a Nossa Senhora entre os homens com o senso da hierarquia e da Contra-Revolução.


(Fonte: excertos de palestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no dia 11 de fevereiro de 1964, sem revisão do autor apud Plinio Corrêa de Oliveira.info)




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