domingo, 28 de julho de 2019

Peixes recuperaram as formas eucarísticas

Local e mosaico do 'Milagre dos Peixes', Alboraya, Valencia, Espanha
Local e mosaico do 'Milagre dos Peixes', Alboraya, Valencia, Espanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O “milagre dos peixes” (em valenciano, língua local: miracle dels peixets) foi um prodígio eucarístico acontecido em julho de 1348, entre os atuais municípios de Alboraya e Almácera, na região autônoma de Valencia, uma das mais importantes da Espanha. Cfr. Wikipedia, verbete Milagro de los Peces.

O milagre é comemorado com uma romaria na segunda-feira de Pentecostes. Ela costuma ir até a capela neogótica construída em lembrança do fenômeno sobrenatural e que é conhecida como “Ermita do Milagre” ou também “'Ermita dels peixets”.

Centenas de fiéis da região e de cidades vizinhas comparecem para as cerimônias nessa ermita. Assim foi no último ano segundo informou o jornal regional “Las Provincias”.

No remoto ano de 1348, o pároco de Alboraya levava o Santíssimo Sacramento para os doentes. Notadamente para um mouro recém convertido de nome Hassam-Arda, gravemente ferido.

Naquela época, o Santíssimo era conduzido com honras exteriores, coroinhas, sinos, etc. e acompanhado por pessoas.

A âmbula do 'Milagre dos Peixe'. paróquia de Almácera
A âmbula do 'Milagre dos Peixes'. paróquia de Almácera
Porém, cruzando o córrego Carraixet que estava muito crescido por fortes chuvas, o cavalo do pároco escorregou.

No acidente, a âmbula que continha as sagradas formas se abriu e as hóstias caíram nas águas e foram puxadas por forte correnteza.

Sem poder recuperá-las, o padre voltou para sua igreja.

Segundo antiga crônica, o fato causou consternação entre os camponeses. E saíram todos a procurar as hóstias perdidas.

Aqueles que foram até a praia viram que dois peixes – outros falam três – punham sua cabeça fora da água e seguravam as hóstias em suas bocas.

A população local correu a ver o prodígio enquanto alguns foram bater à porta do pároco contando que tinham percebido umas luzes brilhando junto ao barranco.

O sacerdote, revestido de sobrepeliz e estola, com um cálice na mão entrou na água. Assim que viram ele, os peixes se aproximaram e depositaram as Formas Eucarísticas no cálice.

Afresco do 'Milagre dos Peixes'
Afresco do 'Milagre dos Peixes'
Esse cálice se conserva até hoje em Alboraya, enquanto que a âmbula do milagre é venerada o ano todo na paróquia da Assunção de Nossa Senhora, na mesma cidade.

A secular âmbula só é usada na festa de São Vicente Ferrer, para levar a comunhão aos doentes em suas casas e na procissão de Corpus Christi.

O “milagre dos peixes” impressionou até a Santa Sé que concedeu datas especiais para comemorar o Corpus Christi a cada uma das cidadezinhas envoltas no fato.

No escudo da cidade de Alboraya aparecem três peixes e no de Almácera, dois, em lembrança do milagre. Almácera considera que uma hóstia já havia sido dada a um doente, por isso fala em duas.


Vídeo: Adoro te devote: hino eucarístico




GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

domingo, 14 de julho de 2019

O escapulário de Nossa Senhora do Carmo e a mais antiga devoção marial do mundo

Nossa Senhora do Carmo, São João del Rei
Nossa Senhora do Carmo, São João del Rei
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





A Ordem do Carmo foi fundada pelo Profeta Elias, tendo sido Santo Eliseu seu sucessor e sendo conhecida no Antigo Testamento como a “escola dos profetas”. Tal vez o próprio São João Batista tenha se ligado a ela.

Alguns acham que até Nosso Senhor Jesus Cristo os frequentou durante o período de sua vida no deserto.

O fato é que a Ordem do Carmo representa o primeiro filão da devoção marial no mundo, em virtude da famosa visão do profeta Elias de uma nuvenzinha que preanunciou uma imensa chuva após uma seca devastadora.

A nuvenzinha foi uma prefigura de Nossa Senhora, Mãe dAquele que atrairia um sem-fim de graças para o mundo.