Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro de Vossas chagas, escondei-me. Não permitais que me separe de Vós. Do espírito maligno, defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. E mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos Santos, por todos os séculos dos séculos. Amém. VEJA MAIS E OUÇA
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"Pilatos então tomou Jesus e mandou-o açoitar. E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça".
Narra a Tradição que a santa Coroa de espinhos, referida nessa passagem do Evangelho de São João, foi recolhida pelos discípulos do Divino Salvador e conservada até o ano de 1063 no monte Sion, em Jerusalém.
Coube a São Luís IX, rei de França, a glória de ter adquirido do Imperador de Bizâncio, em 1239, essa relíquia inestimável.
Para abrigá-la condignamente, mandou construir a mais bela jóia arquitetônica em estilo gótico existente na Europa: a Sainte Chapelle de Paris.
Atualmente, a Santa Coroa de espinhos pode ser venerada na Catedral de Paris, onde se encontra protegida por fino anel de cristal, sob a custódia dos Cavaleiros do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Atual relicário com a Coroa de Espinhos, catedral Notre Dame de Paris
Esta Ordem Militar foi fundada por Godofredo de Bouillon, duque de Lorena, que conquistou a Terra Santa aos sarracenos, em 1099.
Ele recusou ser coroado de joias no local onde Nosso Senhor foi coroado de espinhos.
Ao longo dos séculos, vários relicários foram elaborados pela piedade católica para guardar a sagrada relíquia.
A maioria dos espinhos foi distribuída em catedrais e igrejas para a veneração dos fiéis.
O mais belo e rico relicário, foi desenhado para a catedral de Paris, em 1853 por indicação de Viollet-le-Duc, o famoso arquiteto que restaurou Notre Dame de Paris.
A base do relicário, em estilo neogótico, representa São Luiz IX, Santa Helena e o Imperador latino de Bizâncio, Balduíno de Courtenay, que sustentam uma coroa de flores-de-lis, cujas pilastras são, por sua vez, apoiadas em doze estátuas representando os Apóstolos.
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No século XII, Afonso, Imperador de Castela, sustinha renhidas batalhas contra o rei mouro de Granada.
O Conde de Barcelona acudiu em sua ajuda, fretando naves catalãs e genovesas.
Era almirante das primeiras, Galcerán Guerras de Pinós. Em seu afã das vitórias, se adiantou demasiado no território mouro e caiu prisioneiro.
Seus pais, os senhores de Bagá, estavam desesperados. O Conde de Barcelona se pôs em tratos com o Rei de Granada, para ver que resgate pedia pelo almirante Galcerán.
O Rei de Granada, enfurecido por ter perdido Almería, pediu um resgate exorbitante: cem mil dobles, cem cavalos brancos, cem vacas bragadas, cem panos de ouro de Tanis, e o que era pior de tudo, mais cem donzelas.
Os senhores de Bagá se aterrorizaram ante a última condição e decidiram que, apesar de muita dor que lhes causava ter o filho cativo dos mouros, não podiam consentir, para que ele fosse devolvido, que tantos pais sofressem a dor de ver perdidas para sempre suas filhas.
Não obstante, foram muitos os argumentos dos poderosos senhores que opinaram que o povo devia sacrificar-se, e que o almirante representava uma grande ajuda para a Cristandade.
Aquele que tivesse quatro filhas, devia entregar duas; o que tivesse duas, daria uma, e o que tivesse uma seria sorteado com outro que tivesse uma também.
Recolheram por fim, tudo quanto o Rei mouro de Granada queria e partiram, para embarcar na praia da Salon.
Entretanto, Galcerán Guerras de Pinós, estava encerrado numa masmorra imunda, sofrendo todos os horrores da escravidão. Com ele se achava também o cavaleiro Sancerni, senhor de Sull.
Várias vezes haviam tentado fugir, sem conseguir. Outras tantas quiseram subornar a seus guardas, e tampouco tiveram êxito.
Santo Estevão, catedral de Newcastle
Galcerán, que era mais jovem sonhava constantemente com sua casa de Bagá, seus salões, seus jardins e sua capela. A lembrança disso trouxe a sua mente o desejo de encomendar-se a Santo Estevão, o patrono de sua casa.
Rezou com grande fervor, encomendando ao santo sua salvação.
Terminada sua reza, os cativos viram que se havia aberto a porta de sua masmorra e um homem celestial, aproximando-se de D. Galceran levou-o para fora.
O almirante sempre cortês e caritativo, parou na porta, indicando com o olhar ao senhor de Sull, que ficaram muito assustado.
Então o santo falou, para que ele também se encomendasse ao seu patrono.
Fez assim, o cavaleiro de Sancerní, rezando com o mesmo fervor a ao Dionizio, o qual não deixou de acudir, libertando a ele também.
Ambos se encontraram caminhando livres à meia-noite e com grande surpresa, se encontraram com o clarear do dia em Tarragona.
Continuando pelos caminhos de Bagá, vieram de pronto uma multidão silenciosa que marchava em direção contrária.
Perguntaram aonde iam, e um homem de gesto grave e dolorido lhes respondeu que se dirigiam para Granada pagar o resgate de Dom Galcerán e de D. Sancerní, para o qual haviam sacrificado cem donzelas.
Os cavaleiros, então, se deram a conhecer, e entre felicitações a Deus empreenderam todos o caminho até Tarragona.
Mais tarde, quando Valencia foi libertada, o almirante mandou levantar a igreja de Santo Estevão, daquela capital, em ação de graças.
Hoje, entretanto, se recorda a aventura que tanta angustia proporcionou a tantas famílias do senhor de Galcerán, de pais e filhos, se conta as peripécias dos cavaleiros, cujos sepulcros se conservam na história do mosteiro de Santo Creno. (p.198 e 199)
(Fonte: V. Garcia de Diego, Antologia de Leyendas de la Literatura Universal, Editorial Labor S.A., Madrid-Espanha, 1ª edição, 1953).
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O Regina Cœli ou Regina Cæli (em português “Rainha do Céu”) é um hino dedicado a Nossa Senhora que se reza às 6h00, 12h00 e às 18h00, durante o Tempo Pascal.
Ele substitui a oração do Angelus, feita nos outros dias do ano, nos mesmos horários.
Não se conhece autor humano. Ele teria sido composto pelos anjos segundo atesta imemorial tradição.
Era o ano 590, em Roma. Já devastada por um transbordamento do Tibre, que havia alagado a cidade reduzindo-a à fome, irrompeu uma terrível peste.
Para aplacar a cólera divina, o Papa S. Gregório Magno ordenou uma litania septiforme.
São Miguel atende as súplicas do Papa São Gregório Magno, detalhe
Isto é, uma procissão geral do clero e da população romana, formada por sete cortejos que confluíram para a Basílica Vaticana.
Enquanto a grande multidão caminhava pela cidade, a pestilência chegou a um tal furor, que no breve espaço de uma hora oitenta pessoas caíram mortas ao chão.
Mas S. Gregório não cessou um instante de exortar o povo para que continuasse a rezar, e que diante do cortejo fosse levado o quadro da Virgem que chora, da igreja de Ara Coeli, pintado pelo evangelista São Lucas.
Fato maravilhoso: à medida que a imagem avançava, a área se tornava mais sã e limpa à sua passagem, e os miasmas da peste se dissolviam.
Junto da ponte que une a cidade ao castelo, inesperadamente ouviu-se um coro que cantava, por cima da sagrada imagem: “Regina Coeli, laetare, Alleluia!”, ao qual S. Gregório respondeu: “Ora pro nobis Deum, Alleluia!”. Assim nasceu o Regina Coeli.
São Miguel atende as súplicas do Papa São Gregório Magno, detalhe
Após o canto, os anjos se colocaram em círculo em torno do quadro. São Gregório Magno, erguendo os olhos, viu sobre o alto do castelo um anjo exterminador que, após enxugar a espada, da qual escorria sangue, colocou-a na bainha, como sinal do cessamento do castigo.
Como recordação, o castelo ficou conhecido com o nome de Sant’Angelo. Em sua mais alta torre foi posta a célebre imagem de São Miguel, o anjo exterminador.
(Fonte: “Lepanto”, Roma, set/out 83)
Eis o texto em português e, depois, em latim:
Castel Sant'Angelo em iluminura medieval
V.: Rainha do céu, alegrai-vos! Aleluia!
R.: Porque quem merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
V. :Ressuscitou como disse! Aleluia!
R.: Rogai a Deus por nós! Aleluia!
V.: Exultai e alegrai-Vos, ó Virgem Maria! Aleluia!
R.: Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente! Aleluia.
Conclui-se com a seguinte oração:
V.: Oremos:
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso.
R.: Amém!
V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre, Amém. (três vezes)
Regina Caeli: partitura, gregoriano simples.
Em Latim
V.: Regina coeli, laetare, Alleluia:
R.: Quia quem meruisti portare, Alleluia:
V.: Resurrexit, sicut dixit, Alleluia:
Regina Caeli: partitura, gregoriano solene.
R.: Ora pro nobis Deum, Alleluia.
V.: Gaude et laetare, Virgo Maria! Alleluia!
R.: Quia surrexit Dominus vere! Alleluia!
V.: Oremus:
Deus, qui per resurrectionem Filii tui, Domini nostri Iesu Christi, mundum laetificare dignatus es: praesta, quaesumus; ut per eius Genetricem Virginem Mariam, perpetuae capiamus gaudia vitae. Per eundem Christum Dominum nostrum.
R.: Amen
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Regina Coeli (Reza-se em lugar do Angelus, durante o Tempo Pascal)
Regina Caeli, laetare. Polifônico. Tomás Luis de Victoria, (Ávila, 1548 - Madrid, 1611)