domingo, 17 de junho de 2018

Santo Eduardo o Confessor, rei, e seu anel


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Certo dia, o rei Santo Eduardo o Confessor (1005-1066), rei da Inglaterra, já velho assistia à cerimônia de consagração de uma igreja construída em honra de São João Evangelista.

Nessa hora, um homem muito pobre aproximou-se dele e mendigou-lhe uma esmola “pelo amor de São João”.

O grande monarca passou a mão na bolsa, mas não encontrou nem prata nem ouro.

Santo Eduardo, então, mandou vir seu tesoureiro, mas não foi localizado no meio da multidão. E o pobre seguia implorando esmola.

Santo Eduardo sentia-se muito mal à vontade. Nesse momento lembrou que trazia um anel grande e muito precioso.

Então, ele o tirou do dedo, e pelo amor de São João o deu ao miserável, que lhe agradeceu gentilmente e desapareceu.

Eis o que aconteceu com o anel.



Aquela mesma noite, muito longe na Palestina, dois peregrinos ingleses extraviaram-se no caminho e ficaram andando no deserto.

O sol já tinha desaparecido por trás das montanhas e os dois homens estavam sós num local desolado.

Eles sabiam que não havia jeito de voltar e que não encontrariam refúgio contra os ladrões e os animais selvagens.

Enquanto se perguntavam o quê fazer, um bando de jovens com roupas brilhantes apareceu diante deles.

No meio dos jovens estava um ancião, alvíssimo, de cabelos grisalhos, e maravilhoso de se olhar.

‒ “Caros irmãos”, disse ele aos romeiros. “De onde vindes? Qual é vosso credo e vosso berço? De qual reino e de qual rei? O quê vós procurais aqui?”

‒ “Nós somos cristãos e da Inglaterra. Viemos a expiar nossos pecados, procurado os lugares sagrados onde Jesus viveu e morreu. Nosso rei chama-se Eduardo, e nós perdemos a estrada”.

‒ “Vinde atrás de mim, e eu vos conduzirei a uma boa hospedagem pelo amor do rei Eduardo”.

Assim, ele conduziu-os até uma cidade onde encontraram albergue que tinha a ceia servida numa mesa.

E, após terem jantado, eles foram dormir.

Na manhã seguinte o ancião veio até eles, e disse:

‒ “Eu sou João o Evangelista. Pelo amor de Eduardo eu não vos faltarei, e vós chegareis sãos e salvos à Inglaterra.

“Então, ireis até Eduardo, e lhe direis que comprastes o anel que ele me deu no dia da consagração da minha igreja, quando eu implorei a ele vestido com pobres roupagens. E dizei-lhe que dentro de seis meses ele vai estar comigo no Paraíso”.

Os romeiros voltaram à Inglaterra sem percalços e entregaram o anel ao rei Eduardo junto com a mensagem de São João.

Quando o monarca ouviu que iria morrer em breve, doou todo seu dinheiro aos necessitados, e consagrou o tempo que lhe restava às suas devoções.

Na Catedral de Santo Alban, na Inglaterra, venera-se a imagem de Santo Eduardo mostrando seu símbolo: o anel.

E sua festa celebra-se no dia 13 de outubro.



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3 comentários:

  1. Foi-se o tempo em que os reis eram piedosos... Nossos governantes temiam a Deus e, apesar dos seus pecados pessoais, tinham imensa fé e muitos morriam fiéis a Igreja de Deus.

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  2. A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e o amor de Maria Imaculada,
    Fantástica história sobre Santo Eduardo. Coloquei essa história em meu site (www.savianovieira.com.br). Pois sou devoto de Santo Eduardo.
    Parabéns pelo site.

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  3. Meu nome é Eduardo.
    À partir de hoje passo à venerá-lo como meu protetor e intercessor.
    E como 1° pedido, o peço que interceda junto a Deus pela minha conversão e santificação.

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