Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Para os medievais, esta terra não tinha um teto fechado e um chão de chumbo que confina os homens.
Pelo contrário, para cima eles tinham certeza que o mundo das almas que se salvaram agia e participava nesta nossa vida.
E que era possível pela oração se comunicar com esse mundo imerso na glória divina. E vice-versa, acreditavam e experimentavam também que o inferno se agita e vive espalhando caos.
Não era uma mera crendice. Esses horizontes superiores e inferiores têm plena justificação na mais estrita teologia católica.
Eis como explica essa interação o famoso teólogo dominicano Reginald Garrigou Lagrange O.P.:
Os bem-aventurados veem também em Deus, in verbo, a humanidade santa que o Filho único assumiu para sempre a fim de nos salvar.
Contemplam nela a graça da união hipostática, a plenitude da graça, da glória e da caridade da alma santa de Jesus, o valor infinito dos seus atos, o valor infinito de cada Missa, a vitalidade sobrenatural de todo o corpo místico da Igreja triunfante, padecente e militante.
Contemplam admirados as prerrogativas de Cristo como Sacerdote eterno, como Juiz dos vivos e dos mortos, como Rei universal de todas as criaturas e como Pai dos pobres.
Pela própria visão beatifica, os santos contemplam em Deus a eminente dignidade da sua Mãe, a plenitude de graça, as virtudes, os dons, a mediadora universal e a co-redentora.
E como a bem-aventurança encerra um estado perfeito que pressupõe todos os bens legítimos, cada santo no Céu conhece em Deus os restantes dos bem-aventurados.
Sobretudo aqueles que conheceu anteriormente, e que amou sobrenaturalmente.
Do mesmo modo, cada santo vê através de ideias criadas — quer em Deus, quer fora d’Ele — aqueles que ainda vivem na Terra ou que estão no Purgatório, e que se encontram ligados a ele por determinada relação.
Por exemplo, o fundador de uma Ordem está a par de tudo o que diz respeito à família religiosa, e sabe das orações que os seus filhos lhe dirigem.
Um pai e uma mãe conhecem as necessidades espirituais dos filhos que ainda vivem na Terra.
Um amigo, chegado ao fim da viagem, encontra-se preparado para facilitar a viagem dos amigos que se dirigem a ele.
São Cipriano diz: "Todos aqueles de nós que chegaram à pátria esperam pelos outros, desejam-lhes ardentemente a mesma felicidade, e mostram-se cheios de solicitude para com eles".
(Fonte: Pe. Garrigou-Lagrange, "O Homem e a Eternidade" - Lisboa)
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Podia-me dizer se tem o mesmo side em Inglês
ResponderExcluirObrigada
Maria
Prezada Sra.
ResponderExcluirSó em português, e do Brasil.
atte. Luis