domingo, 26 de março de 2017

Na origem da “Salve Rainha”: hino da Primeira Cruzada completado por São Bernardo


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Quantas vezes dos lábios piedosos a todo momento, um pouco por toda parte, se levanta ao Céu a oração Salve Rainha! Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, Salve, etc., etc.

Mas, quantos sabem qual é a sua origem?

Sabem que foi adotada especificamente como um canto de guerra para os Cruzados?

Pois bem, eis a origem dela.

A iniciativa é atribuída ao bispo de Puy, Dom Adhemar de Monteuil, membro do Concílio de Clermont, onde foi resolvida a primeira Cruzada.

Adhemar participou da Cruzada na qualidade de legado apostólico e escolheu a Salve Rainha, ou Salve Regina em latim, para que se tornasse o canto de guerra dos cruzados.

A princípio, a antífona acabava por estas palavras: nobis post hoc exilium ostende (E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre).



A tríplice invocação que a termina presentemente foi acrescentada por São Bernardo, e merece ser narrado como se fez.

Na véspera do Natal do ano de 1146, São Bernardo, mandado para a Alemanha como legado do Papa.

Na ocasião, ele fazia sua entrada solene na cidade de Spira, depois de uma viagem memorável na qual os milagres foram numerosos.

O bispo, o clero, os cidadãos todos, com grande pompa vieram ao encontro do santo.

Conduziram-no, ao toque dos sinos e dos cânticos sagrados, através da cidade até a porta da capital.

Ali, o imperador e os príncipes germânicos o receberam com todas as honras devidas ao legado do Papa.

Enquanto o cortejo penetrava no recinto sagrado, o coro cantou a Salve Rainha, antífona predileta do piedoso abade de Claraval.

Bernardo, conduzido pelo imperador em pessoa e rodeado da multidão do povo, ficou profundamente comovido com o espetáculo que presenciara.

Acabado o canto, prostrando-se três vezes, Bernardo acrescentou de cada vez uma das aclamações, enquanto caminhava para o altar sobre o qual brilhava a imagem de Maria:  

O clemens! O Pia! O dulcis Virgo Maria! — Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!



Ouçamos uma das mais famosas versões em gregoriano da “Salve Rainha”, interpretada pelo Coral da TFP americana:
(Fonte: “Maria ensinada à mocidade”, Livraria Francisco Alves, Rio, 1915)



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7 comentários:

  1. Achei tudo muito interessante e bonito,goste demais de musicas gregorianas,está sendo muito bom acompanhar esse blog.

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  2. A bencao de Deus esteja contigo ,obrigado por tantos ensinamentos

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  3. Acho que quando um canto gregoriano começa a cantar, Também os anjos cantam juntos.

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  4. Adorei o seu artigo, nem seu como eu vim cá para, tinha isto nos favoritos a muito tempo... Hoje dei com o site sem saber.
    Obrigado

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  5. Adorei essas informações, assim como esse blogs! A Civilização Cristã Medieval é a mais bela que já existiu sobre a Terra!

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  6. Os cantos a Mãe do Senhor são sempre lindos e comoventes. Obrigado gosto muito das postagens, seu blog
    sempre muito enriquecedor. Deus abençoe a todos.

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