domingo, 15 de maio de 2022

São Guilherme, bispo de Bourges,
e a sensibilidade das almas à Igreja

São Guilherme, bispo de Bourges, convertia os hereges mais duros
São Guilherme, bispo de Bourges, convertia os hereges mais duros
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







São Guilherme, bispo de Bourges encontrou uma legislação tremenda contra os hereges. (dados biográficos de São Guilherme (1120-1209), bispo de Bourges, no verbete Guillaume de Bourges, na Wikipedia)

Entre outras coisas, os bens dos hereges deveriam ser confiscados.

Eram penas tremendas quando alguém estava declarado em crime de heresia.

Ele não revogou nenhuma lei, não desprestigiou nenhum costume antigo, mas começou a chamar os hereges, sobretudo os piores e mais obstinados, para conversar com eles.

Tal foi sua capacidade de persuasão, e tal foi a força de contágio do que ele dizia, que os hereges mais endurecidos, sem nenhuma exceção, se comoviam e mudavam de vida.

São Guilherme, vitral da catedral de Bourges
São Guilherme, vitral da catedral de Bourges
Então, não era necessário aplicar daquelas penas, porque a Igreja é mãe.

Quando ela vê que um herege é tocável pelas palavras de afeto e misericórdia, Ela não vai com a chibata.

Este bispo agia com muita sagacidade. Os hereges que se emendavam, eram dispensados.

Mas a pena de confisco de bens ficava colocada numa suspensão.

Eles não tinham seus bens confiscados, mas, se voltassem para a heresia, seus bens o seriam.

De maneira que eles ficavam presos ao bem pela doce força da persuasão e pela força dura da ameaça de sanções econômicas.

Compreende-se toda a razão da doçura desse bispo.

São Guilherme ameaçou pegar em armas  para defender os direitos da Igreja
São Guilherme ameaçou pegar em armas
para defender os direitos da Igreja
O Rei Felipe Augusto e certos nobres das redondezas de Bourges, vendo a doçura extrema de São Guilherme, resolveram atacar sua igreja e confiscar-lhe alguns dos seus direitos, certos de que o bispo não contestaria.

O bispo se levantou como uma fera!

Declarou que pegaria até em armas para defender os direitos da Igreja.

Felipe Augusto e os nobres recuaram...

Eles ficaram compreendendo de que força era essa mansidão.

Não se pode dizer que na Idade Média as almas fossem menos infensas ao mal ou que elas fossem naturalmente postas no bem.

O homem, concebido no pecado original, tem uma grande propensão para o mal, e, naturalmente, também é susceptível de querer o bem quando é fiel à graça de Deus.

Mas as almas eram capazes de serem arrastadas, de serem modificadas.

Portal de São Guilherme na catedral de Bourges.  O ódio revolucionário decapitou a imagem de um santo tão equilibrado.  No fato se apalpa a diferença do espírito medieval com a dureza moderna.
Portal de São Guilherme na catedral de Bourges.
O ódio revolucionário decapitou a imagem de um santo tão equilibrado.
No fato se apalpa a diferença do espírito medieval com a dureza moderna.
A extrema severidade: única atitude apostólica em relação ao coração endurecido

E hoje as almas são graníticas. Não se movem. São de uma rigidez cadavérica.

Isto explica nossa tese de que chegamos a um fim de que só uma extrema severidade pode alguma coisa em relação ao coração endurecido.

Alguém aqui me levantou um problema: por que o homem contemporâneo não se comove?

É porque não tem quem o comova, ou por que ele realmente é incomovível?

O que acontece é que aos olhos de Deus, povo e comovedores constitui um todo só.

Nós vemos que, certas vezes, todo um povo se perde porque um príncipe é ruim.

Outras vezes é Deus que dá ao povo um príncipe ruim, porque o povo é perdido.





(Autor: Excertos de palestra pronunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, catedrático de História Moderna e Contemporânea na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil, na década de '50. Infelizmente o microfilme ficou parcialmente estragado na parte final, não sendo possível identificar a data precisa).



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2 comentários:

  1. Respostas
    1. O texto reproduzido é um excerto de palestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, , catedrático de História Moderna e Contemporânea na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil, na década de '50.
      O microfilme não estava em bom estado na sua parte final, aliás sobre outro assunto correlato, e não foi possível identificar a data exata e o local.

      Excluir

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