domingo, 13 de março de 2022

Nossa Senhora a Antiga vergou o invasor maometano

Nossa Senhora "a Antiga", de Sevilha. Milagres medievais
Nossa Senhora "a Antiga", de Sevilha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A imagem remonta aos primeiros tempos do Cristianismo, anterior aos reinos góticos, motivo pelo qual recebeu o nome de "a Antiga".

Pintada em um muro da catedral, foi muito venerada em toda a península até a Espanha ser invadida pelos muçulmanos.

Muza se apoderou de Sevilha, e Abdelasis, seu filho, fez passar a fio de espada grande parte da população.

A catedral foi convertida em mesquita maior, foram destruídos os objetos de culto e se empenharam em fazer desaparecer a imagem de Nossa Senhora a Antiga.

Rasparam-na duas, três e muitas vezes mais, porém logo que concluíam sua obra sacrílega a imagem voltava a aparecer, mais bela e resplandecente ainda.

Avisado, Abdelasis foi ver o que acontecia. Logo que se apresentou diante da milagrosa imagem, uma força extraordinária o obrigou a ajoelhar-se, bem como a todo o seu séquito.



Isto se repetiu cada vez que os muçulmanos insistiam em seu iníquo propósito.

São Fernando rei de Castela, Alcácer de Córdoba
São Fernando rei de Castela, Alcácer de Córdoba
Para fazê-la desaparecer, resolveram então cobri-la com uma parede maciça de pedra. Mas muitos fiéis continuaram a ver a imagem, como se a parede fosse de cristal.

A lembrança de Nossa Senhora a Antiga perdurou indelével nos corações dos católicos, em meio à terrível opressão em que estavam.

No reinado de Fernando III, que deu novo e vitorioso impulso à Reconquista, o paredão que Abdelasis havia mandado erguer começou a emitir raios de resplendor, o que os mouros tomaram como presságio de sua ruína.

Não conseguiram encobrir esse novo milagre, e além disso começou a repetir-se o prodígio de obrigar a ajoelhar-se todo infiel que se atrevesse a olhá-la.

Em agosto de 1247, o Rei São Fernando iniciou o sítio de Sevilha.

Conhecendo a história dessa gloriosa imagem da Virgem, tinha vivo desejo de venerá-la, o que lhe foi concedido já antes de completar a Reconquista.

Uma noite, foi guiado por um anjo, em meio à cidade ainda ocupada pelos mouros, até o lugar da mesquita onde Ela estava murada.

Rezou ali, e é de supor que com fervor lhe tenha pedido auxílio para libertar com a maior presteza a imagem e a cidade da tirania muçulmana.

Depois voltou à tenda do seu acampamento, onde sua ausência já deixara a todos aflitos.

Contou-lhes o Rei que estivera visitando Nossa Senhora a Antiga, "a cujo poder deveremos o próximo repouso dentro da cidade".

Quatro dias depois, a 24 de novembro de 1248, o emir Abu-Asan entregava ao Rei santo as chaves da cidade rendida.

A Nossa Senhora a Antiga foi muito difundida também na América desde o início da Conquista, pelo estrito vínculo que teve Sevilha com tudo que se relaciona com a América, sendo especialmente venerada em São Domingos, no Panamá (a primeira missa que se celebrou ali, em 1513, foi em sua honra), em Quito, Lima e Cuzco, entre muitos outros lugares.


(Fonte: Conde de Frabaguer, "Imágenes de la Virgen Aparecidas en España" - Juan J. Martínez Editor, Madrid, 1861; J. M. Matovelle, "Obras completas", Ecuador, 1981, pp. 394-397)



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3 comentários:

  1. Uma história incrível. Gostei muito e gostaria de poder publicá-la no meu blogue, se possível com os seus devidos créditos. Grande abraço!

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  2. Sim, pode publicar assim.
    Atenciosamente,

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  3. Incrivel , maravilhosa Maria.

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