domingo, 28 de dezembro de 2014

Reis Magos e pastores: santa harmonia social aos pés do Menino-Deus



Os medievais tinham uma devoção encantada pelos Reis Magos. Essa devoção tem seu fundamento nos Evangelhos, mas eles a desenvolveram com uma força que chega até nossos dias.

A catedral de Colônia exibe a urna que conteria os restos dos três reis, venerados como santos.

Quis a Providência que o Menino Jesus recebesse a visita de três sábios — que segundo uma venerável tradição eram também reis — e alguns pastores.

Precisamente os dois extremos da escala humana dos valores.

Pois o rei está de direito no ápice do prestígio social, da autoridade política e do poder econômico, e o sábio é a mais alta expressão da capacidade intelectual.

Na escala dos valores o pastor se encontra, em matéria de prestígio, poder e ciência, no grau mínimo, no rés-do-chão.

Ora, a graça divina, que chamou ao presépio os Reis Magos do fundo de seus longínquos países, chamou também os pastores do fundo de sua ignorância.

A graça nada faz de errado ou incompleto. Se ela os chamou e lhes mostrou como ir, há de lhes ter ensinado também como apresentar-se ante o Filho de Deus.

E como se apresentaram eles? Bem caracteristicamente como eram.

Os pastores lá foram levando seu gado, sem passar antes por Belém para uma “toilette” que disfarçasse sua condição humilde.

Os Magos se apresentaram com seus tesouros — ouro, incenso e mirra — sem procurar ocultar sua grandeza que destoava do ambiente supremamente humilde em que se encontrava o Divino Infante.

A piedade cristã, expressa numa iconografia abundantíssima, entendeu durante séculos, e ainda entende, que os Reis Magos se dirigiram para a gruta com todas as suas insígnias.

Quer isto dizer que ao pé do presépio cada qual se deve apresentar tal qual é, sem disfarces nem atenuações.

Pois há lugar para todos, grandes e pequenos, fortes e fracos, sábios e ignorantes.

É questão apenas, para cada qual, de conhecer-se, para saber onde se pôr junto de Jesus.




Excertos de artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, dezembro/1955



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domingo, 21 de dezembro de 2014

domingo, 26 de outubro de 2014

Nossa Senhora do Grand Retour:
o milagre, o esquecimento e a promessa

Notre Dame du Grand Retour, na igreja de Boulogne-Billancourt, região parisiense.
Notre Dame du Grand Retour, na igreja de Boulogne-Billancourt, região parisiense.
Luis Dufaur



Por volta do ano 638, sob o reinado do bom rei Dagoberto (604-639), uma imagem de Nossa Senhora “trazida pelos anjos”, segundo tradição imemorial, veio aportar na praia do estuário do rio Liane, em Boulogne-sur-Mer, na região que depois foi denominada Pas-de-Calais, na França.

De onde vinha? Ninguém sabia.

Talvez – segundo se dizia – tivesse sido embarcada no Oriente, onde cristãos perseguidos a teriam confiado às ondas do mar antes de cair nas mãos de ferozes perseguidores.

A cronografia levanta incertezas. Mas o certo é que a misteriosa imagem foi cultuada pelos habitantes da região.

Esculpida em carvalho, ela representava Nossa Senhora de pé, envolta num halo de paz e luz que emanava dela, segurando o Menino Jesus em seu braço esquerdo.

E sua voz se fez ouvir:

“Eu sou a advogada dos pecadores, o manancial da graça, a fonte da piedade, e desejo que uma luz divina desça sobre vós e sobre vossa cidade. Meus amigos, façam edificar uma igreja em meu nome”, narram os manuscritos da época.

domingo, 11 de maio de 2014

O milagre eucarístico de Santarém


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Corria o ano de 1247, segundo uns cronistas, ou o de 1266, segundo outros.

Em Santarém, hoje cidade e então vila de Portugal, vivia uma pobre mulher a quem o marido muito ofendia, andando desencaminhado com outra.


Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa judia que, com os seus feitiços, desse fim à sua triste sorte.

Prometeu-lhe esta remédio eficaz, para o que necessitava de uma Hóstia Consagrada.

Depois de naturais hesitações, a mulher consentiu no sacrilégio.

Foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e pediu comunhão.

Recebida a sagrada partícula, com cautela tirou-a da boca, embrulhando-a no véu.

Saiu logo da igreja e encaminhou-se para a casa da feiticeira.

Sem que ela notasse, do véu começou a escorrer Sangue. V

isto o fenômeno por várias pessoas, perguntaram que ferimentos tinha, que tanto sangue fazia jorrar.

Confusa em extremo, a mulher correu logo para casa e encerrou a Hóstia miraculosa numa de suas arcas.

À tarde voltou o marido. Alta noite, acordam os dois e vêem a casa toda resplandecente.

Da arca saíam misteriosos raios de luz.

Inteirado o homem do ato pecaminoso da mulher, passaram de joelhos o resto da noite, em adoração.

Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhada a notícia, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o milagre.

A Sagrada Partícula foi então levada processionalmente para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro duma custódia feita de cera.

Passado algum tempo, ao abrir-se o sacrário para expô-la à adoração dos fiéis, como era costume, encontrou-se a cera feita em pedaços.

Com espanto se viu estar a Sagrada Partícula encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecida.

Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada, onde ainda hoje se encontra. Santo Estêvão é hoje a Igreja do Santíssimo Milagre.







(Texto de postal distribuído em Santarém, o qual apresenta foto da âmbula com a Sagrada Partícula)


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