Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O culto de todos os Santos envolve o culto a todas as almas que estão no Céu, ainda que sejam almas não canonizadas.
Porque qualquer alma que se tenha salvo e que esteja no Céu é uma alma santa.
Ela está na presença de Deus, vê Deus face a face e agrada a Deus inteiramente.
Naturalmente o número de pessoas que estão no Céu é um número incontável.
Com esta festa a Igreja tem a possibilidade de cultuar adequadamente todos os Santos que Ela canonizou.
Mas, sobretudo, de cultuar um número enorme de almas que estão no Céu e às quais não se pode dedicar uma liturgia individual, porque de fato não se sabe se elas estão salvas ou não, mas espera-se que gozem da presença de Deus.
Por todas estas almas nós temos razões para rezar.
Nós também temos razões para pedir a proteção delas.
Mas há, naturalmente, algumas almas que têm conosco uma relação especial.
Inclusive com aquelas que não nos conheceram nesta vida, nem nós as conheçamos.
Mas elas têm uma relação que têm conosco e são intercessoras junto a Deus por nós. Vale a pena neste dia a gente se recomendar a estas almas.
Todos os Santos, vitral da paróquia de Fairford |
Antes de tudo e de mais nada, as almas que pertenceram à mesma família espiritual que nós.
Quanto cruzado morreu lutando na Terra Santa, na Espanha e em Portugal pela Reconquista, pela subjugação dos povos pagãos do norte da Europa!
São almas irmãs das nossas, porque nós compreendemos o esplendor que há em colocar a força a serviço da fé.
Elas apresentam o triunfo da fé com um braço forte, com um ânimo aguerrido, com disposição de sacrificar a vida e tudo para obter a vitória da Igreja.
As almas que morreram na Vandéia, na insurreição carlista, os sanfedistas que lutaram contra a Revolução no sul de Nápoles, os zuavos pontifícios que há cem anos atrás defendiam heroicamente os Estados Pontifícios dos revolucionários garibaldinos, os carlistas, os cristeros e quantos outros.
Todas essas são almas irmãs das nossas. Eles se encontram no Céu, e rezam por nós especialmente.
Da mesma maneira nós no céu, quando lá estivermos, vamos rezar especialmente por aqueles que combaterem a Revolução na terra.
D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, glorioso antecessor de um infeliz D. Helder Câmara na sede de Olinda e Recife, é uma alma que lutou contra a Maçonaria, é uma alma irmã da nossa.
Todos os Santos, anônimo espanhol século XV, Metropolitan Museum of Art, Wikimedia Commons |
Quantos homens passaram a vida inteira lutando, por amor à Deus, contra a maçonaria e foram perseguidos, opressos, estraçalhados, às vezes assassinados.
Todos estes são almas irmãs das nossas. O céu está cheio de almas irmãs das nossas, e que nós não conhecemos, mas devemos nos voltar para elas especialmente.
Todas estas são as almas que cultuamos na festa de todos os Santos.
Às almas que estão no Céu nós nos devemos confiar.
Nós devemos, então, lhes pedir no dia de todos os Santos, que elas zelem por nós e que nos levem para o Céu.
Santa Teresinha do Menino Jesus tinha um culto muito bonito para os irmãos dela mortos batizados, mas antes da idade da razão.
Ela dizia que eram os santos da família dela.
Todos nós temos em nossas famílias pessoas que morreram assim, em idade prematura, e que realmente têm esta graça: são batizados e vão diretamente para o céu sem terem sofrido.
Para todos estes nós devemos rezar muito: elas estão entre os santos que a Igreja cultua na Festa de Todos os Santos.
(Fonte: excertos de palestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira de 31 de outubro de 1970. Apud PlinioCorreadeOliveira.info)
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