domingo, 23 de agosto de 2020

Nossa Senhora da Cabeça devolve o braço amputado pelos sarracenos e põe ordem nas cabeças

Virgen de la Cabeza, Andújar, Espanha, imagem original
Virgen de la Cabeza, Andújar, Espanha, imagem original
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Em 9 de setembro comemora-se uma festa de Nossa Senhora com uma invocação um pouco singular para os nossos ouvidos.

Mas  corresponde a um fato muito poético e bonito da Andaluzia medieval, na Espanha.

A invocação é Nossa Senhora da Cabeça.

O fato ocorreu no ano de 1227, quando a Santíssima Virgem apareceu ao pastor João de Rivas, no alto do Monte Cabeça, na Serra Morena.

Por várias vezes ouvira João de Rivas como que o som de uma campainha que o atraia às montanhas.

Então um pastor andando nas montanhas ouve uma campainha no meio das solidões.

E ele procura onde está é essa campainha pela qual se sente atraído.

A solidão, os montes, o pastor, as ovelhas, a campainha, tudo isso é assim uma espécie de nota de maravilhoso e de poesia que continuamente acompanha tudo quanto se refere a Nossa Senhora.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A Assunção: prêmio pelos sofrimentos da co-redenção

Assunção, Fra Angelico  (1395 – 1455), Google Cultural Institute.
Assunção, Fra Angelico  (1395 – 1455), Google Cultural Institute.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Nosso Senhor quis Ele mesmo subir aos céus contemplado pelos homens. Mas, também quis que a Assunção de Nossa Senhora para o Céu, depois da dEle, se desse diante do olhar humano.

Por quê?

Era preciso que a Ascensão fosse vista por homens que pudessem dar testemunho desse fato histórico duplo: não só de que Nosso Senhor ressuscitou, mas de que tendo ressuscitado Ele subiu aos céus.

Subindo ao Céu, Ele abriu o caminho para as incontáveis almas que estavam no Limbo esperando a Ascensão para irem se assentar à direita do Padre Eterno.

Antes de Nosso Senhor Jesus Cristo ninguém podia entrar no Céu. Só os anjos estavam lá.

Então Nosso Senhor, na Sua Humanidade santíssima, foi a primeira criatura – porque Ele ao mesmo tempo era Homem-Deus – que subiu aos Céus.

E enquanto Redentor nosso, Ele abriu o caminho dos Céus para os homens.

Também era preciso que Ele, que sofreu todas as humilhações, tivesse todas as glorificações.

E glória maior e mais evidente não pode haver do que o subir aos Céus.

Porque significa ser elevado por cima de todas as coisas da terra e unir-se com Deus Pai transcendendo esse mundo onde nós estamos para se unir eternamente com Deus no Céu Empíreo.

domingo, 9 de agosto de 2020

Milagres no achado da Cruz de Monjardin

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Na igreja de Monjardin guarda-se uma preciosa cruz do século XII, quiçá a mais antiga de quantas cruzes paroquiais possui a Navarra.

Como não podia deixar de ser, sua origem se acha revestida de legendas.

A cruz apareceu ao Rei Sancho Garcés, quando conquistou dos mouros o castelo de Monjardin.

O monarca a ocultou, para evitar que os mouros a profanassem. Assim esteve muito tempo.

Ao norte de Monjardin há um lugar denominado Egusquiza (nome que significa “lugar do sol”), onde está situado o palácio dos Medranos, ricos homens de Navarra.

Certo dia um pastor desta casa apascentava seu rebanho no sopé do monte.

Quando se dispunha a conduzir o rebanho a pastos melhores, viu que uma cabra permanecia quieta em seu lugar, ao pé de uma árvore.

Chamou-a ao rebanho com insistência. Não lhe fazendo caso, ele armou sua funda e disparou uma pedra, que sacudiu o arbusto.

A cabra saiu correndo, espantada. O pastor achou que ali devia estar um grande pássaro, por causa do ruído feito e pelo mover-se das folhas.

Mal chegou correndo, viu entre os ramos a Santa Cruz. A pedra de sua funda havia acertado um dos braços dela.

Ficou enormemente perturbado. Arrependido e contrito pelo golpe que havia lhe acertado, exclamou, derramando abundantes lágrimas:

— Pudera Deus que, antes de eu atirar a pedra, me houvesse tirado o braço.

Nem bem acabou de pronunciar essas palavras, quando viu com assombro que seu braço direito estava imóvel.