São Sebastião, vencedor das epidemias. Igreja de Sant'Agostino, San Gimignano, Itália (detalhe). |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
São Sebastião, o famoso mártir nasceu em Narbonne (atualmente na França) no ano 256 da era cristã, foi educado em Milão, norte da Itália, de onde era sua mãe.
Seu pai era militar e ele ingressou como soldado no exército do Império de Diocleciano e logo tornou-se primeiro capitão da guarda.
Nesta época, a Igreja e os cristãos sofriam duras perseguições por parte do imperador, que queria aniquilar o cristianismo.
Porém, Sebastião confortava os cristãos presos e os exortava ao heroísmo servindo-se do prestígio de sua condição de oficial.
Acabou sendo denunciado e conduzido à presença do imperador.
Sebastião venceu todo medo e com grande sabedoria e inspirado pelo Espírito Santo increpou o imperador.
Ele defendeu fazer para o Império o melhor serviço possível denunciando o paganismo e a injustiça contra a Fé verdadeira em Cristo Salvador.
O imperador Diocleciano, duro de coração, mandou prendê-lo num tronco e trucida-lo com flechadas.
Foram tantas que acharam que estava morto sendo deixado para pasto dos animais selvagens.
Porém, Irene, viúva de do mártir São Castulo, resgatou-o secretamente e cuidou de suas diversas feridas.
Seu poder sobre as epidemias é invocado na antífona da Comunhão de sua Missal dizendo:
“A turba dos doentes e dos que eram vexados de espíritos impuros vinham a Ele, porque d’ele saía uma virtude que os curava a todos”.
Também há diversas orações para pedir sua intercessão especialmente nas pestes, doenças e epidemias.
Reproduzimos uma mais acessível:
Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão, hoje vimos pedir a vossa intercessão junto ao trono do Senhor Jesus, nosso Salvador, por Quem destes a vida.
Vós que vivestes a fé e perseverastes até o fim, pedi a Jesus por nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus.
Vós que esperastes com firmeza nas palavras de Jesus, pedi-Lhe por nós, para que aumente a nossa esperança na ressurreição.
Vós que vivestes a caridade para com os irmãos, pedi a Jesus para que aumente o nosso amor para com todos.
Enfim, glorioso mártir São Sebastião,
protegei-nos contra a peste, a fome e a guerra;
defendei as nossas plantações e os nossos rebanhos, que são dons de Deus para o nosso bem e para o bem de todos.
E defendei-nos do pecado, que é o maior de todos os males. Assim seja.
Increpou-o fortemente pela perseguição aos cristãos, e Diocleciano tomado da ira de que são capazes os maus ordenou açoitá-lo até a morte.
A execução aconteceu no ano de 287 d.C. e o corpo do mártir foi resgatado e enterrado por Santa Luciana numa catacumba na Via Apia.
Posteriormente, em 680, sob o pontificado de Santo Agatão, suas relíquias foram transportadas solenemente para a Basílica de São Sebastião das Catacumbas, onde hoje são veneradas.
Naquela ocasião grassava uma peste em Roma, que vitimou muita gente.
Aquela terrível epidemia desapareceu na hora da transladação. Por esta razão os católicos veneram em São Sebastião o grande padroeiro contra a peste.
Em outras ocasiões se verificou o mesmo fato:
– foi assim no ano de 1575 em Milão,
– e em 1599 em Lisboa.
As duas cidades ficaram livres da peste pela sua intercessão.
No Brasil, ele é celebrado com festas e feriados no dia 20 de janeiro como padroeiro de várias cidades, notadamente Rio de Janeiro.
Na batalha final contra os protestantes calvinistas franceses na Bahia de Guanabara em 1567.
“Segundo a tradição corrente entre os tamoios e assinalada por alguns dos nossos cronistas, entre os quais Melo Morais pai, o próprio santo protetor da cidade foi visto batendo-se contra os Calvinistas” (Max Fleiuss, História da Cidade do Rio de Janeiro, 49, Melhoramentos, São Paulo, sd., apud Gaudium Press).
O dia da batalha da Bahia de Guanabara era a festa de São Sebastião. O Sumo Pontífice Caio (Papa de 283 até 296) lhe concedera o título de Defensor da Igreja, além da consolidada fama de Intercessor contra as Epidemias.
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