domingo, 29 de setembro de 2024

Relíquias de Santa Teresinha, promessas de Nossa Senhora, visões de santos e a conversão dos anglicanos

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Cardiff, outubro de 2009
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Quando Maximin, vidente de La Salette, redigiu o Segredo que lhe confiou Nossa Senhora em 1851 escreveu: “um grande país no norte da Europa, hoje protestante, se converterá. Pelo apoio desta nação todos os outros países se converterão”.

Na redação de seu Segredo feita em 1853 Maximin registrou que esse país protestante seria a Inglaterra.

Dita conversão seria um dos sinais da proximidade dos terríveis castigos que purificariam o mundo preparando o advento do Reino de Maria.

Esta previsão adquiriu cogente atualidade após a notícia oficial que a Igreja Católica se apresta a receber grandes blocos de anglicanos ‒ sobre tudo ingleses ‒ agastados com a nomeação de “sacerdotisas”, “bispos” e “bispas” homossexuais.

As notícias da mídia inglesa especulam que poderiam ser milhões. Entre eles tal vez 30-50 “bispos” e 1.000 “sacerdotes” (os anglicanos não têm o sacramento da Ordem, e esses títulos não têm o significado que têm no Catolicismo).

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Lancaster, outubro de 2009
Para o influente diário de Londres “The Times”, no fim do processo a igreja anglicana poderia ficar reduzida a uma insignificância residual.

A simples perspectiva da conversão de grande número de anglicanos ao catolicismo causou, obviamente, forte mal-estar nos ambients anti-católicos, em certa mídia e nos ambientes "progressistas" intoxicados por um falso ecumenismo. 

O fato tem projeção política, social e cultural. O anglicanismo é a religião oficial de Estado e a rainha Elisabeth II é a chefe nominal dela.

Uma lei proíbe os católicos herdarem o trono. Porém, houve casos recentes de príncipes e princesas da casa real inglesa que se tornaram católicos.

Segundo boatos nunca confirmados, mas também nunca infirmados, a rainha teria, ela própria, ocultas simpatias pelo catolicismo e participa do desgosto de inúmeros anglicanos com a decomposição moral do “clero” dessa denominação.

Há sérias iniciativas parlamentares visando remover a lei que proíbe um príncipe católico herdar o trono.

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Darlington, outubro de 2009
A passagem em massa de anglicanos para o catolicismo fez lembrar não só La Salette mas outras profecias particulares relativas à conversão da Inglaterra.

A visão de São Domingos Sávio

Além do segredo de La Salette a mais famosa é o “sonho” de São Domingos Sávio. Em verdade, tratou-se de um êxtase que o menino santo chamou de “distração”.

Este “sonho” é especialmente digno de nota, pois envolve também a São João Bosco e ao Beato Pio IX. A vida e a obra dos três foi objeto dos severos crivos dos processos de beatificação e canonização.

Neles, escritos e falas dos três foram analisados com lupa pelos advogados vaticanos que os declararam isentos de todo erro contra a fé ou contra a moral.

A visão num êxtase de São Domingos Sávio foi descrita pelo próprio São João Bosco no capítulo XX do livro “Vita del giovanetto Savio Domenico” (“Vida do jovem Domingos Sávio”) .

Don Bosco conta que estando perto de São Domingos Sávio agonizante perguntou-lhe o que ele diria ao Papa se pudesse falar-lhe. De ali nasceu o seguinte diálogo entre os dois santos:

“‒ Se eu pudesse falar ao Papa, quereria lhe dizer que em meio às tribulações que o aguardam não deixe de trabalhar com especial solicitude pela Inglaterra; Deus prepara um grande triunfo do catolicismo naquele reino.

“‒ No que é que V. baseia essas palavras?

“‒ Vou contar-lhe, mas não mencione isso aos outros, pois podem achar ridículo. Mas se o Sr. vai a Roma, diga-o a Pio IX por mim. (...)

“Certa manhã, durante minha ação de graças após a comunhão, voltei a ter uma distração, que me pareceu estranha; eu achei ver uma grande parte de um país envolvida em grossas brumas, e estava cheia com uma multidão de pessoas.

“Estavam se movendo, mas como homens que, tendo perdido seu caminho, não estavam certos onde pisavam.

Beato Papa Pio IX
“Alguém próximo disse: ‘Esta é a Inglaterra.’

“Eu estava para fazer algumas perguntas a respeito disso quando vi Sua Santidade Pio IX, representado da mesma maneira que vi nas figuras.

“Ele estava majestosamente vestido, e estava carregando uma tocha brilhante com a qual ele se aproximou da multidão, como que para iluminar sua escuridão.

“À medida que se aproximava, a luz da tocha parecia dispersar a névoa, e as pessoas foram trazidas à plena luz do dia.

“Esta tocha,” disse meu informante, “é a religião Católica que está para iluminar a Inglaterra”.

No Boletim Salesiano (Turim, abril de 1924, nº 4), ainda encontramos as seguintes confidências ouvidas por São João Bosco da boca do menino santo:

‒ “Quantas almas aguardam nossa ajuda na Inglaterra! Oh se eu tivesse força e virtude, quereria ir para lá aqui na hora e conquistá-las todas para o Senhor com pregações e com o bom exemplo”.

No mesmo sentido lemos na "Vita del giovane Savio Domenico 1877":

“No dia seguinte, ele fez todos os exercícios pela boa morte, despediu-se dos companheiros, um por um, pagou uma dívida de dois tostões que tinha com um deles, falou aos sócios da Companhia da Imaculada, e por fim saudou a Don Bosco dizendo:

‒ “O Sr. indo a Roma lembre do recado para o Papa pela Inglaterra. Reze por mim para que eu possa ter uma boa morte e adeus até o Paraíso...”

Don Bosco cumpriu o combinado, e deixou constância no mesmo livro:

“No ano de 1858 quando eu fui a Roma, contei essas coisas ao Sumo Pontífice, que ouviu com bondade e aprazimento.

“‒ Isto, disse o Papa, me confirma no propósito de trabalhar energicamente em favor da Inglaterra, pela qual eu já engajo as minhas mais vivas solicitudes. Esse relato, para não dizer mais, chega-me como o conselho de uma boa alma.”

__________________

E São Domingos Sávio não foi nem o único nem o primeiro santo que recebeu luzes proféticas sobre a conversão futura da Inglaterra e dos grandes fatos que adviriam en conseqüência do retorno inglês à Fé católica, única verdadeira.




A PEREGRINAÇÃO DAS RELÍQUIAS DE SANTA TERESINHA
E A CONVERSÃO DA INGLATERRA




 

Fotos de 'catholicrelics.co.uk'



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domingo, 15 de setembro de 2024

As aparições de Lourdes segundo as palavras da própria Santa Bernadete

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





1ª aparição — quinta-feira, 11 de fevereiro

“A primeira vez que fui à gruta, era quinta-feira, 11 de fevereiro. Fui para recolher galhos secos com outras duas jovens.

“Ouvi um barulho como se fosse uma ventania. Então girei a cabeça para o lado do gramado, do lado oposto da gruta. Vi que as árvores não se moviam.

“Ouvi mais uma vez o mesmo barulho. Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de branco. Tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa em cada pé, da cor da corda do seu terço.

“Eu pensava ser vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e continuei a ver a mesma Dama. Coloquei a mão no bolso, para pegar o meu terço.

“Queria fazer o sinal da cruz, mas em vão. Não pude levar a mão até a testa, a mão caía. Então o medo tomou conta de mim, era mais forte que eu. Todavia, não fugi.

“A Dama tomou o terço que segurava entre as mãos e fez o sinal da cruz. Minha mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fiz o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranqüila.

“Coloquei-me de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre diante de meus olhos aquela bela Dama. A visão passava as contas do terço, mas não movia os lábios.

“Quando acabei o meu terço, com o dedo ela fez-me sinal para me aproximar, mas não ousei. Fiquei sempre no mesmo lugar. Então desapareceu imprevistamente.

“Esta foi a primeira vez”.

2ª aparição — domingo, 14 de fevereiro

“A segunda vez foi no domingo seguinte. Voltei com várias moças, para ver se não me havia enganado.

“Fui à paróquia, pegar uma garrafinha de água benta para jogá-la na visão quando estivesse na gruta, se a visse. E saímos para a gruta. Apenas tinha acabado de rezar a primeira dezena, quando vi a mesma Dama”.

“Então comecei a jogar água benta nela, dizendo que, se vinha da parte de Deus, que permanecesse; se não, que fosse embora; e me apressava sempre a jogar-lhe água.

“Ela começou a sorrir, a inclinar-se. Mais água eu jogava, mais sorria e girava a cabeça, e mais a via fazer aqueles gestos.

“Eu então, tomada pelo temor, me apressava a aspergi-la mais, e assim o fiz até que a garrafa ficou vazia. Quando terminei de rezar meu terço, ela desapareceu e não me disse nada”.

3ª aparição — quinta-feira, 18 de fevereiro

“Ela só me falou na terceira vez. Após ter rezado a primeira dezena, vi a mesma Dama. Ela se pôs a sorrir, e me disse que aquilo que tinha para me dizer, não era necessário escrevê-lo.

“Mas perguntou-me se eu queria conceder-lhe a graça de voltar ali durante quinze dias.

“Eu lhe respondi que sim”.



5ª aparição — sábado, 20 de fevereiro

A mãe de Santa Bernardette confidenciou que Nossa Senhora “teve a bondade de ensinar-lhe, palavra por palavra, uma oração somente para ela”.

6ª aparição — domingo, 21 de fevereiro

“Esta rainha misericordiosa me disse também para rezar pela conversão dos pecadores. Ela me repetiu várias vezes essas mesmas palavras”.

“Disse-me também que não me prometia tornar-me feliz neste mundo, mas no outro”.

7ª aparição — terça-feira, 23 de fevereiro

“Ela me deu três segredos que me proibiu de contar”

“Eles só se referem a mim, não são nem sobre a Igreja, nem sobre a França, nem sobre o Papa”.

8ª aparição — quarta-feira, 24 de fevereiro

Santa Bernadete com a voz marcada pelos soluços, referiu à multidão o pedido de Nossa Senhora:

“Penitência, penitência, penitência!”; e “rezai a Deus pela conversão dos pecadores”; além da recomendação de “beijar a terra em penitência pelos pecadores”.

9ª aparição — quinta-feira, 25 de fevereiro

“A Senhora me disse que eu deveria beber da fonte e lavar-me nela.

Veja vídeo
Santa Bernadette conta
as aparições de Lourdes
“Mas, como não a via, fui beber no Gave. Ela me disse que não era ali, e me fez um sinal com o dedo para ir à gruta, mostrando-me a fonte.

“Eu fui, mas só vi um pouco de água suja. Parecia lama, e em tão pequena quantidade, que com dificuldade pude colher um pouco no côncavo da mão.

“Eu me pus a arranhar a terra, até poder colhê-la, mas três vezes a joguei fora. Foi só na quarta vez que pude bebê-la, de tal maneira estava suja”.

13ª aparição — terça-feira, 2 de março

“Ela me disse que eu devia dizer aos padres para construir uma capela aqui”.

“A Dama disse: ‘Devem vir aqui em procissão’”

16ª aparição — quinta-feira, 25 de março

“Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas.

“Ela sorria sempre.

“Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela era a Imaculada Conceição”.

18ª e última aparição — quinta-feira, 16 de julho

“Eu não via a cerca nem o Gave. Parecia-me estar na gruta, na mesma distância das outras vezes. Eu via somente a Virgem”.

Santa Bernadete Soubirous somente voltaria a ver Nossa Senhora 21 anos depois, em Nevers, no dia 16 de abril de 1879, quando deixou esta terra de exílio para contemplá-la eternamente no Céu!

Video: Santa Bernadette conta as aparições de Lourdes




domingo, 1 de setembro de 2024

De vingador a santo ermitão

São João Gualberto. Giovanni del Biondo (ativo 1356-1399), Basílica de Santa Croce, Florença.
São João Gualberto. Giovanni del Biondo (ativo 1356-1399),
Basílica de Santa Croce, Florença.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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João Gualberto era homem como outros. Trazia uma espada à cinta e costumava viver metido em brigas e desafios.

Tinha um irmão a quem amava com toda a sua alma. Um dia, porém, um malvado matou o seu irmão.

Gualberto conhecia muito bem o assassino, e daquele dia em diante procurava ocasião de varar-lhe o peito com sua espada. Ele o havia jurado e assim o faria.

Era uma Sexta-feira Santa. João Gualberto montou a cavalo e saiu a passear pelo campo… Foi andando, até que se meteu num caminho estreito entre penhascos muito altos.

Nesse momento vê que vem ao seu encontro um viandante… fixa-o… conhece-o… e, veloz como um raio, salta do seu cavalo.

Era o assassino de seu irmão. Ali o tinha diante de si; podia saciar seus desejos de vingança, e grita:

— Canalha! Assassino! por Barrabás que agora mesmo morres em minhas mãos.

E, desembainhando a espada, lança-se sobre o outro.

Nesse momento, o assassino, que ia desarmado, prostra-se-lhe aos pés e, com voz angustiosa e com os braços em cruz, dirigi-lhe esta súplica:

Milagre de São João Gualberto. Bicci di Lorenzo ( (1373–1452), col. part.
Milagre de São João Gualberto. Bicci di Lorenzo ( (1373–1452), col. part.
— Irmão, hoje é Sexta-feira Santa; por amor de Cristo crucificado, perdoa-me!…

Que se passou então no coração de Gualberto?

Conteve-se; ergueu os olhos ao céu… olhou para a cruz gravada em sua espada… Pensou em Jesus Cristo que do alto da cruz perdoara a seus crucificadores.

— Irmão — disse Gualberto ao assassino — por amor de Jesus Cristo eu te perdoo.

Despediram-se. O assassino afastou-se arrependido e dando graças a Deus. Gualberto entrou numa capela que encontrou no caminho.

Ajoelhou-se diante do Cristo que ali estava pregado na cruz.

Tirou a espada, suspendeu-a aos pés daquela Vitima divina e jurou aos pés da mesma deixar tudo e enveredar pelo caminho da santidade. E assim fez.

A Igreja comemora a festa de São Gualberto a 12 de julho.



(Fonte: “Tesouro de exemplos” – Pe. Francisco Alves).


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