Relíquias do presépio de Belém, em artística urna. Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A celebração da festa de Natal remonta aos primeiros séculos da Igreja, sendo uma comemoração especificamente católica.
Desde o século IV as relíquias da manjedoura da gruta de Belém são veneradas na basílica de Santa Maria Maggiore em Roma.
Elas se encontram num precioso relicário de ouro e cristal (foto ao lado), onde podem ser admiradas e adoradas por todos.
A liturgia própria da festa era chamada ad praecepe, de onde vem a palavra presépio, e que significa literalmente em volta do berço.
São Francisco de Assis, no primeiro presépio vivo, em Grecchio, Itália. Benozzo Gozzoli, 1452, Montefalco |
Os figurantes (o Menino Jesus numa manjedoura, Nossa Senhora, São José, os Reis Magos, os pastores e os anjos) eram representados por habitantes da aldeia.
Os animais, o boi, o burrico, as ovelhas e outros, também eram reais.
Este piedoso costume medieval espalhou-se rapidamente.
Os primeiros presépios em escala reduzida com imagenzinhas, entraram nas igrejas no século XVI por obra dos padres jesuítas.
Nessa época os jesuítas eram heróis na luta contra o protestantismo seco e hirsuto que desconhece o presépio e os seus imponderáveis divinos que enchem as almas de gáudio.
No início do século XIX, após a anticatólica Revolução Francesa, na França pareceu que o costume tinha morrido.
Mas, os habitantes da região de Provence (sul) deram novo impulso a esta piedosa devoção a partir de 1803 em casas particulares e igrejas criando famosos santons (figurinhas de massa) que representam os personagens da creche.
Na hora de montar o presépio, em geral, deixa-se a manjedoura vazia.
Nela, o Menino Jesus será instalado na noite do dia 24 para o 25.
Forma parte de o costume colocar uma estrela no topo do presépio.
Presépio francês feito com 'santons'. Col. part. |
Os três Reis Magos (Gaspar, Melchior e Balthazar), simbolizam o conjunto dos povos da terra.
Em geral, são representados com camelos, ou até elefantes e dromedários que lhes teriam servido de montaria.
É um costume muito praticado, colocá-los longe da creche e, dia após dia, aproximá-los dela, até introduzi-los na gruta na festa da Epifania (6 de janeiro).
Epifania significa a irradiação da glória externa de Deus, precisamente posta em relevo pela adoração dos potentados de Oriente.
A presença dos anjos é de rigor, relembrando o cântico angélico “Glória a Deus nos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade” de que nos falam as Escrituras.
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Saudações,
ResponderExcluirMuito bonito o texto e tremendamente oportuno!
No natal muitos lembram do Papai Noel, aquela figura parecida com um Duende e se esquecem do verdadeiro sentido do natal.
Eu mesmo não sabia de alguns detalhes que o presente texto me deu a oportunidade de conhecer!
Muito Obrigado ao autor!
Continue nos premiando com estes maravilhosos textos.
Ass: Maximiano Henrique Rebequi dos Santos
devo acrescentar ao texto que, apenas em portugal o presépio portugues nao tem interesse, mas comparado inclusivé com o presépio napolitano, são absolutamente fascinantes. acrescento ainda, citando o professor alexandre nobre pais, "Os presépios portugueses so século XVIII foram dos mais interessantes no panorama europeu da sua época, devendo, a sua execução, menos a influências externas do que ao engenho próprio, alicerçado prioritariamente na então já longa tradição nacional das figuras policromas moldadas em barro." in O Presépio em Portugal, 2007, pág. 7.
ResponderExcluirSempre fui fascinado por presépios. Os mais simples falam mais ao coração. Essa forma piedosa de catequese encanta corações de crianças e adultos.
ResponderExcluirClaudemir Nery
Uberaba-MG