Notre Dame du Grand Retour, na igreja de Boulogne-Billancourt, região parisiense. |
Luis Dufaur |
Por volta do ano 638, sob o reinado do bom rei Dagoberto (604-639), uma imagem de Nossa Senhora “trazida pelos anjos”, segundo tradição imemorial, veio aportar na praia do estuário do rio Liane, em Boulogne-sur-Mer, na região que depois foi denominada Pas-de-Calais, na França.
De onde vinha? Ninguém sabia.
Talvez – segundo se dizia – tivesse sido embarcada no Oriente, onde cristãos perseguidos a teriam confiado às ondas do mar antes de cair nas mãos de ferozes perseguidores.
A cronografia levanta incertezas. Mas o certo é que a misteriosa imagem foi cultuada pelos habitantes da região.
Esculpida em carvalho, ela representava Nossa Senhora de pé, envolta num halo de paz e luz que emanava dela, segurando o Menino Jesus em seu braço esquerdo.
E sua voz se fez ouvir:
“Eu sou a advogada dos pecadores, o manancial da graça, a fonte da piedade, e desejo que uma luz divina desça sobre vós e sobre vossa cidade. Meus amigos, façam edificar uma igreja em meu nome”, narram os manuscritos da época.