domingo, 8 de dezembro de 2013

Árvore de Cristo

Árvore de Natal, Mittenwald, Baviera, Alemanha
Árvore de Natal, Mittenwald, Baviera, Alemanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Depois do Presépio, a Árvore de Natal é o símbolo mais expressivo da época natalina — sobretudo em tempos passados, nos quais o aspecto comercial do Natal não era tão protuberante e agressivo.

O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo e evangelizador da Alemanha.

Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar.

Para convencer o povo e os druidas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a.

Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha.

Na queda, o carvalho destruiu tudo o que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro.

Segundo a tradição, São Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou:

São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã.  Emil Doepler (1855 – 1922).  Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore de Natal.
São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã.
Emil Doepler (1855 – 1922).
Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore de Natal.
“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”.

O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu- se pela Alemanha.

E no século XIX, a Árvore de Natal — também conhecida em alguns países europeus como a “Árvore de Cristo” — espalhou-se pelo mundo inteiro como símbolo da alegria própria ao Natal para se festejar o nascimento do Divino Infante.



(Fonte: Guia de Curiosidades Católicas, Evaristo Eduardo de Miranda)



GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

domingo, 1 de dezembro de 2013

Algumas lendas natalinas antigas da França e da Inglaterra

Toque de sino exorcístico
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






“O momento em que o Maligno finalmente fica reduzido à impotência é o do tilintar do primeiro toque da meia-noite de Natal”.(1)

A raiva do demônio

“Um antigo conto de Natal nos apresenta uma descrição forte e ingênua da raiva do demônio pela vinda do Messias:

“'Eu me enraiveço'.

O demônio, certamente, dentro de seu coração se enraivece, porque Deus vem presentemente salvar os filhos de Adão e de Eva, de Eva, de Eva!

Ele reinava absolutamente sem nos dar trégua, mas esse santo acontecimento livra os filhos de Adão e de Eva, de Eva, de Eva!

Cantemos o Natal altamente, saiamos de nosso pesadelo, bendigamos a salvação de todos os filhos de Adão e de Eva, de Eva, de Eva”.(2)

Sortilégios perdem o poder

“No Limousin, França, percorrendo os campos, encontra-se a crença de que os malefícios, os sortilégios e todas as obras do espírito do mal perdem seu poder na noite de Natal; e que é permitido chegar até os tesouros mais escondidos, pois a vigilância dos monstros –– ou dos seres preternaturais que os guardam –– torna-se nula, ou seu poder suspenso”.(3)

Shakespeare recorda uma lenda

“Dizem que, sempre na época em que é celebrado o Natal de nosso Salvador, o pássaro da aurora canta durante toda a noite; e então, nenhum espírito mau ousa vagar pelo espaço; as noites não trazem malefícios, os planetas não exercem má influência, nenhum encantamento consegue atrair, nenhuma bruxa tem o poder de fazer mal: tão abençoado é esse tempo, e tão sagrado!”.(4)

______________
Notas:
1. http://www.joyeux-noel.com
2. Bíblia dos Natais, p. 33.
3. M. G., de la Société archéologique du Limousin.
4. Shakespeare, Hamlet, ato I, cena I.



GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

domingo, 10 de novembro de 2013

Por quê se glorifica o Santíssimo Nome de Jesus?

Santíssimo Nome de Jesus, catedral de Salvador, Bahia
Santíssimo Nome de Jesus, catedral de Salvador, Bahia

A Festa do Santíssimo Nome de Jesus é celebrada de diversas formas desde tempos imemoriais. Porém, entrou no calendário Católico Romano no fim da Idade Média.

A festa foi alargada para toda a Igreja Católica Romana em 20 de Dezembro de 1721, pelo papa Inocêncio XIII. Mas, o dia exato varia segundo o calendário de Natal.

Por que essa insistência especial no Nome de Jesus?

Por que grandes santos da Igreja afugentavam os demônios com o Nome de Jesus?

Quando fazemos algo de muito importante. Por exemplo, no início da Missa o padre se persigna; por ocasião da leitura de um testamento, diz-se: “Em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo, eu, Fulano de tal, faço meu testamento.”

Pela ordem profunda das coisas – que foi truncada pelo pecado original – , a linguagem humana era capaz de exprimir adequadamente as coisas, dando-lhes um nome adequado.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma grande razão para rezarmos pelas almas dos falecidos: o Purgatório

Pensando no bem que podem ganhar nesta data religiosa as almas dos fiéis defuntos -- ente as quais pode haver parentes ou amigos nossos -- reproduzimos a continuação o post Museu das almas do Purgatório 1: uma janela para o além que merece ser mais estudada com estimulante matéria a respeito para rezarmos por essas almas.


Fachada da igreja do Sagrado Coração do Sufrágio

Indo à Basílica de São Pedro pelo Lungotevere – a avenida que bordeja o histórico rio Tibre – o romeiro é surpreso por uma bonita igreja que tem o imponderável de conter algo muito singular.

Não é só o fato de seu estilo neogótico evocar a França e destoar do distendido conjunto arquitetônico romano.

Luminosa, delicada, esguia, sorridente, mas infelizmente fechada boa parte do dia, a igreja do Sagrado Coração do Sufrágio fica a dois quarteirões de Castel Sant’Angelo e da Via dela Conciliazione, que leva direto ao Vaticano.

VER EM GOOGLE MAPS

Perguntei a amigos romanos o que havia nessa igrejinha.

Eles me explicaram – não sem antes me prevenirem de não me espantar – que lá havia um Museu das Almas do Purgatório.

Quer dizer, uma coleção de sinais do além deixados por essas almas, que na maioria das vezes apareceram ardendo internamente a parentes ou irmãos de religião.

sábado, 19 de outubro de 2013

O milagre da escada... de Nossa Senhora da Escada!
(Lisboa, Portugal)

Nossa Senhora da Conceição da Escada, Lisboa, Portugal. Fundo: castelo de São Jorge
Nossa Senhora da Conceição da Escada, Lisboa, Portugal.
Fundo: castelo de São Jorge, Lisboa
Há muitos, muitos anos, ainda nos alvores da História portuguesa, existia no Rossio de Lisboa, uma pequena ermida abobadada e com a altura de um primeiro andar. Quem a construiu? E porquê? É o que vou recordar.

Quase desgrenhada de tanto correr, a rapariga estava ofegante, exausta. O seu traje falava de miséria, o seu rosto tinha estampada uma expressão de horror. Parou olhando o céu, e chamou, numa voz entrecortada pela dificuldade da respiração:

— Minha Nossa Senhora! Por tudo vos peço que me salveis! Eu estou inocente! Nada roubei, pois apenas quis dar de comer à minha filhinha que morria de fome... Salvai-me, Virgem Santíssima! Salvai-me, e tereis em mim uma serva para toda a vida!

Atrás dela soaram os passos dos seus perseguidores. Desesperada, ela achou forças para voltar a correr. Dobrou a esquina do Rossio e, de súbito, ouviu uma voz que vinha do Alto:

— Vou salvar-te, minha filha, O teu pecado está já bem redimido pela tua dor. Quiseste apenas salvar a tua filha. Agora sou eu quem te salvará.

domingo, 13 de outubro de 2013

Os milagres da caridade: sublime equilíbrio da Igreja ante a miséria e a doença

Santa Isabel de Hungría

(...) Contudo, os leprosos continuavam sempre a ser o objeto de sua predileção (de Santa Isabel de Hungria) e de algum modo até de sua inveja, pois (a lepra) era, entre todas as misérias humanas, aquela que melhor podia desapegar suas vítimas da vida.

Frei Gérard, Provincial dos franciscanos da Alemanha, que era, depois de mestre Conrad, o confidente mais íntimo de seus piedosos pensamentos, vindo um dia visitá-la, ela pôs-se a falar longamente sobre a santa pobreza.

Pelo fim da conversa exclamou:

“Ah!, meu Pai, o que eu quereria antes de tudo e do fundo do meu coração, seria ser tratada em todas as coisas como uma leprosa qualquer. Quisera que se fizesse para mim, como se faz para essa pobre gente, uma pequena choupana de palha e feno, e que se pendurasse diante da porta um pano, para prevenir os transeuntes, e uma caixa, para que nela se pudesse colocar alguma esmola”. 

Com essas palavras, perdeu o conhecimento e ficou numa espécie de êxtase, durante o qual o Padre Provincial, que a sustentava, ouviu-a cantar hinos sacros; depois disto voltou a si.