domingo, 30 de setembro de 2012

Louvor a Nossa Senhora



No último canto da Divina Comédia, Dante imagina São Bernardo dirigindo a Nossa Senhora uma oração na qual ele pede que seja dada ao poeta a visão de Deus.


Virgem Mãe, Filha de Teu Filho,
humilde e alta mais que (toda) criatura,
objetivo do eterno conselho (trinitário)

Tu és aquela que a humana natureza
nobilitaste tanto, que o seu Criador
Não desdenhou de fazer-se sua criatura.

No teu seio se reacendeu o amor
(de Deus para com o homem)
pelo qual, ardente na eterna paz,
fez germinar esta flor (a Igreja triunfante, formada pelos méritos da Redenção).

Aqui (no Paraíso) és para nós chama luminosa
de caridade, e na Terra, entre os mortais,
és de esperança fonte perene.

Senhora, és tão grande e tão valiosa,
que quem procura a graça e a Ti não recorre,
seu desejo quer voar sem asas.

A tua benignidade não somente socorre
a quem pede, mas muitas vezes
espontaneamente ao pedido se antecipa.